Com o advento da internet e o avanço da tecnologia, as práticas fraudulentas e os estelionatos aumentaram ainda mais, principalmente as fraudes bancárias.
De acordo com levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os aplicativos de banco foram usados em 51% das transações em 2020.
Ainda segundo a Febraban, no primeiro semestre de 2021, os golpes contra clientes de banco cresceram 165% em relação ao mesmo período em 2020, esse crescimento ocorreu em paralelo ao aumento de transações bancárias realizadas no telefone móvel.
Segundo dados do Datafolha, em pesquisa realizada em junho/22 cerca de 1 (uma) em cada 3 (três) pessoas dizem ter familiares vítimas de fraudes bancárias.
De acordo com o Indicador Serasa Experian, que mapeia essas ações, em maio de 2022, 331 mil pessoas foram vítimas de tentativas de fraude no Brasil, o número representa uma tentativa a cada 8 segundos.
O crescimento ocorre em um contexto em que o celular já responde por mais da metade das transações bancárias.
Mauricio Freire, delegado da Polícia Civil de São Paulo, relata que os golpistas tendem a se aproveitar da falta de informação das vítimas, e da pouca intimidade com segurança digital para induzi-las a fazer pagamentos, depósitos e transferências, burlando os sistemas de segurança dos aplicativos e sistemas dos bancos.
“As fraudes são realizadas com uma técnica utilizada para manipular as pessoas, o que é conhecido como “engenharia social”, que usa de um sentimento de urgência – para que estas deem seus dados confidenciais ou clique em links falsos” descreve o delegado.
De acordo com a Febraban são cinco os golpes bancários mais comuns, Mauricio Freire nos diz quais são e dá orientações para evitá-los
Falsa central de atendimento
O golpista, através de uma suposta central de atendimento, liga para a vítima se passando por um funcionário da instituição no qual ela possui uma conta bancária, e informa que a conta da vítima foi invadida, clonada ou que há compras irregulares em seu nome, solicita dados pessoais e financeiros e pede que a vítima digite a senha do cartão.
Orientação: o banco não entra em contato pedindo dados, como senha, conta ou número do cartão. Ao receber esse tipo de ligação, desconfie. Desligue e entre em contato, imediatamente, com a instituição financeira através dos canais oficiais, de preferência de um telefone diferente do que recebeu a ligação.
Falso motoboy
O golpista, por telefone, informa a vítima que seu cartão foi fraudado, pede que a senha seja digitada para cancelamento do cartão e que por motivos de segurança e um novo será expedido e um motoboy passará para recolher o antigo, e com posse do cartão realizam transações.
Orientação: bancos nunca pedem o cartão de volta, não entregue nada para ninguém e ligue imediatamente para sua instituição financeira, de preferência de um telefone diferente do que recebeu a ligação.
Roubo de senhas
Várias são as formas de conseguir suas senhas e dados: se passando por funcionário do banco (via telefone), olhando você digitar a senha no caixa eletrônico, durante uma compra presencial, invadindo seu celular ou roubando seu aparelho para procurar senhas anotadas em algum lugar.
Orientação: Não anote as senhas em celulares e computadores e não ande com elas na carteira. Use senhas diferentes e fortes, e ative a “autenticação em dois fatores”.
Links falsos e phishing
O phishing (pescaria digital) são links falsos enviados por e-mails, SMS e aplicativos de mensagem que informam que há um problema com a conta da vítima, como limite do cartão de crédito, atualização cadastral ou atualização de token de segurança e através de um link é possível resolver, este link leva a uma página falsa do banco onde a pessoa que está sofrendo o golpe coloca os seus dados e senhas.
Orientação: Não clique em links ou anexos de e-mails, utilize sempre o navegador ou app para entrar no sistema da instituição, e lembre-se o banco nunca pede dados como senhas e mantenha seu sistema operacional e antivírus originais e sempre atualizados.
Falso boleto
O boleto adulterado pode chegar via e-mail, SMS ou correio, contendo informações corretas sobre a vítima, induzindo-a ao erro. Enviado por meio eletrônico, o boleto falso pode redirecionar para páginas que exijam o download da fatura falsa.
Orientação: Verifique sempre seus dados e o CPF ou CNPJ do emissor, data de vencimento e principalmente o valor para ter certeza que está pagando o documento correto. Veja também se os três primeiros números do código de barras correspondem ao código do banco.
Para finalizar Mauricio Freire lembra que existem também fraudes como empréstimos, que solicita pagamentos antecipados para a liberação do mesmo.
E alerta, lembre-se: nenhuma instituição solicita pagamentos antecipados para liberação de empréstimos.
E, ainda, há a venda de produtos com condições aparentemente muito vantajosas. Os criminosos, sob o pretexto de a vítima não perder a oportunidade das ofertas, a induz a urgência da transação. Neste caso é importante verificar a autenticidade das páginas seguras e certificadas.
A Febraban afirma que os bancos investem R$2,5 bilhões por ano em segurança digital. Mas é importante a população estar atenta às recomendações para garantir sua segurança.
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