A democracia é o regime político que estrutura e permite a participação coletiva nos rumos da sociedade e o voto é uma das expressões da democracia.
A Constituição Federal vigente em nosso país adota o regime democrático representativo, por meio do qual o povo elege seus representantes, dando-lhes poderes para que atuem em seu nome.
O direito à participação de jovens nas eleições só foi conquistado em 1988, e é um direito mas não é um dever.
No Brasil jovens de 15 (que completem 16 até as eleições) a 17 anos podem se alistar para manifestarem sua vontade nas urnas — mas de forma facultativa. E aos 18 anos passa a ser obrigatório.
Tão importante quanto se alistar para ser um eleitor é preciso que a juventude entenda que os direitos que lhe interessam estão diretamente ligados ao funcionamento da política.
A participação dos jovens nas eleições começou em 1989 na eleição em que Fernando Collor de Mello foi eleito presidente.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 1992 havia 3,2 milhões jovens eleitores (16 a 18 anos) – contudo, o impeachment de Collor refletiu negativamente, e em 1994 este número caiu para 1,1 milhão de eleitores.
Em 2012 ocorreu o ápice da participação dos jovens nas eleições, cerca de 4 milhões de jovens estavam alistados para votar. Número que em 2014, caiu consideravelmente para 1,6 milhão. Em 2018 era 1,4 milhão, caindo ainda mais. Em 2020, seguiu em queda, com cerca de 1 milhão e 30 mil inscritos.
O número crescente de adesões melhorou significativamente nesta eleição, só em março – 290 mil adolescentes tiraram o título – aumento de 45% em relação ao mês anterior.
Em tempos de polarização e um cenário eleitoral que se desenha para uma disputa acirrada, a mobilização para que essa faixa etária também vote passou a ser bastante enfatizada.
Estima-se que em 2022 há 2.1 milhões de eleitores nessa faixa etária, representando mais de 1,3% do total do eleitorado nacional.
Essa adesão recente se deve há alguns fatores:
– o apelo de celebridades, com os quais o jovem se identifica e os influencia diretamente;
– a intensificação das campanhas do TSE que mostrou a importância do jovem no processo democrático;
– o uso de mídias sociais para engajar os jovens, que se identificam com novas linguagens e as redes sociais fala diretamente com eles;
– e o investimento em tecnologia, o alistamento eleitoral está mais simples e pode ser feito de forma online, em um processo que leva menos de 10 minutos.
O direito ao voto representa uma grande conquista, adquirida pela luta de várias gerações de brasileiros e que precisa ser continuamente valorizado.
Nas próximas eleições poderemos escolher quem comandará nosso país e nosso estado, quem nos representará na elaboração de leis e na aplicação do dinheiro público, para melhoria do país, dos estados e dos municípios. Por isso, é necessário que os cidadãos estejam conscientes de que a escolha exercida nas eleições influencia a vida de todos.
Ao votar, é preciso considerar o passado pessoal, político e partidário do candidato, assim como suas propostas e ideias. Informar-se sobre os principais problemas do seu país e da sua comunidade, para escolher o candidato que poderá efetivamente contribuir para melhorias na educação, saúde, segurança pública, economia, transporte, emprego, entre outras áreas.
E não menos importante, ter cuidado com a desinformação, checar as informações que recebe é essencial, nas eleições há muitas fake news e precisamos estar atentos.
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) disponibilizou a página Fato ou Boato criada para o combate à desinformação e fomentar a circulação de conteúdos verídicos
É muito importante aumentar a participação dos jovens nas eleições. No entanto, exercer o direito ao voto, não é só o ato de votar.
É necessário continuar estimulando o interesse do jovem em participar da vida política e conscientizá-los sobre o potencial que o voto tem de mudar a realidade do país. Para isso é preciso incluir a realização de cursos de formação dentro dos partidos, promover o ensino de conceitos políticos e do funcionamento de cada um dos três poderes nas escolas e criar grupos de discussões onde o jovem possa ser ouvido e se sinta confortável em discutir a política.
O próprio contexto da política institucional afastou os jovens, que não se viam representados pela política e acabava convergindo para uma diminuição do interesse.
É importante também ter em mente que o exercício da cidadania não termina no ato de votar, é fundamental acompanhar o trabalho dos candidatos eleitos, independentemente se foi em quem nós votamos, cobrá-los por suas propostas e votações. É nosso direito, e nosso dever, para termos uma nação mais justa e igualitária.
O voto é um ato democrático, contrário à submissão ao poder, o poder emana do povo e por meio do voto o povo tem o poder de transformar a sociedade em que vive.
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